Todas as terras têm o seu feriado municipal.
Ora por dia santificado, por entrega de foral, por razões históricas ou por data de elevação a vila ou cidade.
Em grande número de localidades do nosso Ribatejo (teimo em fazer referência à região) o dia mais consagrado é o da Ascensão.
Em Salvaterra de Magos, por exemplo, embora o feriado municipal seja o dia de Ascensão, a mais famosa festividade é a Festa do Foral, dos Toiros e do Fandango.
Em Santarém, comemora-se a data da conquista aos Mouros, sendo dia de São José.
Na Chamusca o dia grande é, também, o de quinta feira de Ascensão.
No entanto, há um dia de extrema importância para estas gentes, o qual nunca foi aceite como festivo.
No dia de hoje, 18 de Fevereiro, de há 449 anos, a Rainha regente D. Catarina, viúva de D. João III e avó de D. Sebastião, enviava uma carta régia elevando a vila este torrão.
É sobre esta data que incide hoje esta minha crónica.
No contentamento de poder fazer alusão a uma data ostracizada pela grande maioria dos habitantes e responsáveis da edilidade, mas com a esperança de, que para o ano em que se celebram 450 anos de elevação a vilas Chamusca e Ulme, esta data seja recordada como uma das mais importantes para o Concelho.
Ao contrário de outras vilas, tenho a consciência de quem nasceu para lagartixa, como é o caso, nunca chegará a jacaré.
O que outrora foi um Chã, a qual mandaram buscar (procurar), daí talvez a proveniência do seu nome (Chã busca), é uma mui nobre e respeitada vila do nosso Ribatejo, estando hoje de parabéns.
Eu não me esqueci!
Um pouco de história
Decorria ao ano de 1516.
Na Chamusca nascia um menino que seria baptizado com o nome de Rui (ou Ruy) Gomes da Silva.
Seu avô materno, Rui Teles de Menezes, conde de Unhão, era mordomo – mor da Infanta D. Isabel, filha de D. Manuel I.
D. Isabel veio a contrair matrimónio com o rei D. Carlos V de Castela.
Aquando da ida do séquito (comitiva real) para Espanha onde iriam ter lugar as cerimónias do casamento, Rui, com apenas nove ou dez anos, acompanhou o seu avô.
Desse casamento viria a nascer D. Filipe em Valladolid em Maio de 1527.
D. Maria de Noronha, avó de Rui Gomes da Silva, terá sido ama de D. Filipe, o primogénito de D. Carlos e de D. Isabel.
Rui Gomes da Silva, aos dezoito anos, era pajem na corte de Castela.
Depois de ter estado ao lado de D. Carlos V, na guerra que este manteve com D. Francisco I de França, e de acompanhar D. Filipe nas suas viagens e campanhas, começa a sua ascensão.
Começou por ser nomeado gentil-homem da câmara do príncipe, foi capitão de cavalos ligeiros, primeiro sumiller de corpo de Filipe, Comendador de Esparregal na Ordem de Alcântara e de Argamasilla na Ordem de Calatrava e ainda adiantado – mor de Cazorla.
Em 1556 já era conselheiro de estado, contador – mor de Castela e das Índias e Comendador de Herrera na Ordem de Alcântara.
Entretanto, Rui Gomes da Silva contraíra matrimónio com D. Ana de Mendonça e Lacerda, filha do príncipe de Melito, no ano de 1555.
Em Outubro desse mesmo ano, seu sogro renunciou e cedeu a Rui Gomes e a sua mulher, todos os seus estados, castelos, fortalezas, vassalos, etc.
Em 1559 D. Filipe II concede-lhe o título de príncipe de Eboli, na Sicília, e ainda o de marquês de Diano e do feudo de Lago – Pichiolo.
Em 1568 concedeu-lhe o título de duque da vila de Estremera assim como em 1571 Rui Gomes da Silva viu erigido, por mercê do Rei, um ducado perpétuo na vila de Pastrana a qual passou a ser capital dos seus estados e com a alta prerrogativa de “Grande de Espanha de primeira classe” inseparável desta dignidade.
Foi declaradamente por influência de Rui Gomes da Silva que Chamusca e Ulme, então pertencentes ao termo (Concelho) de Santarém, fossem elevadas a vilas, em carta régia de D. Catarina de Áustria, Habsburgo ou de Espanha, viúva de D. João III, irmã de D. Carlos V e avó de D. Sebastião, a 18 de Fevereiro de 1561.
É da maior importância que se celebre esta data, agora que se aproximam os 450 anos de elevação a Vilas de Chamusca e Ulme.
Ora por dia santificado, por entrega de foral, por razões históricas ou por data de elevação a vila ou cidade.
Em grande número de localidades do nosso Ribatejo (teimo em fazer referência à região) o dia mais consagrado é o da Ascensão.
Em Salvaterra de Magos, por exemplo, embora o feriado municipal seja o dia de Ascensão, a mais famosa festividade é a Festa do Foral, dos Toiros e do Fandango.
Em Santarém, comemora-se a data da conquista aos Mouros, sendo dia de São José.
Na Chamusca o dia grande é, também, o de quinta feira de Ascensão.
No entanto, há um dia de extrema importância para estas gentes, o qual nunca foi aceite como festivo.
No dia de hoje, 18 de Fevereiro, de há 449 anos, a Rainha regente D. Catarina, viúva de D. João III e avó de D. Sebastião, enviava uma carta régia elevando a vila este torrão.
É sobre esta data que incide hoje esta minha crónica.
No contentamento de poder fazer alusão a uma data ostracizada pela grande maioria dos habitantes e responsáveis da edilidade, mas com a esperança de, que para o ano em que se celebram 450 anos de elevação a vilas Chamusca e Ulme, esta data seja recordada como uma das mais importantes para o Concelho.
Ao contrário de outras vilas, tenho a consciência de quem nasceu para lagartixa, como é o caso, nunca chegará a jacaré.
O que outrora foi um Chã, a qual mandaram buscar (procurar), daí talvez a proveniência do seu nome (Chã busca), é uma mui nobre e respeitada vila do nosso Ribatejo, estando hoje de parabéns.
Eu não me esqueci!
Um pouco de história
Decorria ao ano de 1516.
Na Chamusca nascia um menino que seria baptizado com o nome de Rui (ou Ruy) Gomes da Silva.
Seu avô materno, Rui Teles de Menezes, conde de Unhão, era mordomo – mor da Infanta D. Isabel, filha de D. Manuel I.
D. Isabel veio a contrair matrimónio com o rei D. Carlos V de Castela.
Aquando da ida do séquito (comitiva real) para Espanha onde iriam ter lugar as cerimónias do casamento, Rui, com apenas nove ou dez anos, acompanhou o seu avô.
Desse casamento viria a nascer D. Filipe em Valladolid em Maio de 1527.
D. Maria de Noronha, avó de Rui Gomes da Silva, terá sido ama de D. Filipe, o primogénito de D. Carlos e de D. Isabel.
Rui Gomes da Silva, aos dezoito anos, era pajem na corte de Castela.
Depois de ter estado ao lado de D. Carlos V, na guerra que este manteve com D. Francisco I de França, e de acompanhar D. Filipe nas suas viagens e campanhas, começa a sua ascensão.
Começou por ser nomeado gentil-homem da câmara do príncipe, foi capitão de cavalos ligeiros, primeiro sumiller de corpo de Filipe, Comendador de Esparregal na Ordem de Alcântara e de Argamasilla na Ordem de Calatrava e ainda adiantado – mor de Cazorla.
Em 1556 já era conselheiro de estado, contador – mor de Castela e das Índias e Comendador de Herrera na Ordem de Alcântara.
Entretanto, Rui Gomes da Silva contraíra matrimónio com D. Ana de Mendonça e Lacerda, filha do príncipe de Melito, no ano de 1555.
Em Outubro desse mesmo ano, seu sogro renunciou e cedeu a Rui Gomes e a sua mulher, todos os seus estados, castelos, fortalezas, vassalos, etc.
Em 1559 D. Filipe II concede-lhe o título de príncipe de Eboli, na Sicília, e ainda o de marquês de Diano e do feudo de Lago – Pichiolo.
Em 1568 concedeu-lhe o título de duque da vila de Estremera assim como em 1571 Rui Gomes da Silva viu erigido, por mercê do Rei, um ducado perpétuo na vila de Pastrana a qual passou a ser capital dos seus estados e com a alta prerrogativa de “Grande de Espanha de primeira classe” inseparável desta dignidade.
Foi declaradamente por influência de Rui Gomes da Silva que Chamusca e Ulme, então pertencentes ao termo (Concelho) de Santarém, fossem elevadas a vilas, em carta régia de D. Catarina de Áustria, Habsburgo ou de Espanha, viúva de D. João III, irmã de D. Carlos V e avó de D. Sebastião, a 18 de Fevereiro de 1561.
É da maior importância que se celebre esta data, agora que se aproximam os 450 anos de elevação a Vilas de Chamusca e Ulme.
PARABÉNS À CHAMUSCA MINHA TERRA.
ResponderEliminarA. LUZ
Abrantes é so ciganos e quinquilheiros
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