quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Tertúlia de Poesia na Biblioteca - Emilia Montalvo e António Severiano de Seixas

No sábado realizou-se na Biblioteca Municipal da Chamusca mais uma Tertúlia de Poesia desta feita evocando Emilia Montalvo e António Severiano de Seixas.
Aqui ficam alguns registos com os pedidos de desculpa pelas más condições do som.










VOGAR ENTRE PALAVRAS NA BARQUINHA

No sábado à noite fui até Vila Nova da Barquinha onde se realizou, pela noite, um serão de poesia tendo como pano de fundo "O Tejo". A convite do incansável Carlos Vicente ali comparti palco com Tina Jofre, Rita Betânia, Jorge Pinheiro, António Roldão e outros mais...











SARDOAL EM FESTA COM ANA LAINS E TRIBUTO AOS "QUEEN"

O Sardoal esteve em Festa e eu não perdi a oportunidade de poder usufruir, na companhia da Paulinha, do Zé Cabaço e do Pedro, do bom acolhimento e de dois bons espectáculos. O primeiro com Ana Lains e logo de seguida com um tributo aos "Queen" com o grupo "One Vision". Tempo ainda para reencontrar a Ana Paula Silva e sua irmã, o Carlos Jorge e ainda a Zeza Grácio.




VICTOR AZEVEDO NO "PORTA ABERTA"

Há cerca de quarenta anos enfileirava no então "Jornal da Chamusca", com a direcção de António Bento ,um jovem natural do Chouto o qual fazia entrevistas e teria, também, o seu artigo de fundo. Terão sido, o jornalismo e a comunicação, algumas das suas grandes paixões. Embuídos num espirito cultural este jovem e António Bento, propuseram-se a fazer uns espectáculos de beneficiência, para as várias instituições locais, denominados "Bate-Papo", de grata memória, em estreita colaboração com artistas locais e regionais, havendo, inclusivé, um intercâmbio cultural com um espectáculo então existente em Almeirim denominado "Ping-Pong". Daí a vinda de artistas almeirinenses e a ida de artistas chamusquenses á então vila "capital do melão". Foi nesses espectáculos que me habituei a ouvi-lo, ora apresentando, ora entrevistando, e confesso a admiração que por ele nutri, não só nessa altura mas também quando, mais tarde, fui lendo e relendo os seus escritos.
O tempo foi passando e perdi de vista aquele que muito tinha dado ao "Jornal da Chamusca" e ao seu Concelho. Era, ou foi, também ele um dos meus ícones nestas nadanças do jornalismo e da comunicação. Através destas modernices da internet reencontrei-o no "messenger" e, já nem me lembro bem como foi, começámos a interagir.
O facto é que depois de combinarmos um encontro, é hoje, é amanhã, e na passada semana, depois de nos termos reencontrado no Chouto em Junho último, Victor Azevedo ligou-me a dizer que estava a entrar no "Poiso do Besoiro" para almoçar e a perguntar-me se eu não lhe queria fazer companhia.
De pronto acedi ao convite com a contra-proposta dele me visitar na minha casa.
E assim foi. Aqui esteve, conversámos, bebemos um Torres Dez e até deu para um reencontro, do qual, por vários motivos, ficará na lembrança, mas omito neste post.
Deixo-vos dois links da autoria de Victor Azevedo que vos aconselho pois, decerto, não deixarão de visitar e apreciar.



http://microsites.olhares.com/azevedos/page1754.html

http://victor-azevedo.blogspot.com/

terça-feira, 21 de setembro de 2010

FADO EM SALVATERRA DE MAGOS, NA FALCOARIA REAL

Sábado passado, dia 18, por ocasião do primeiro aniversário da reinauguração da Falcoaria Real, em Salvaterra de Magos, e a convite de João Chora, fui apresentar fado nas vozes de Cristina Maria, João Chora, que também tocou, e Maria Armanda que foram acompanhados por Fernando Silva na guitarra portuguesa e Rui Santos no contrabaixo.
O espaço é magnifico e vale a pena uma visita demorada e atenta.







TRIBUTO AOS BEATLES EM ALPIARÇA

Na passada sexta-feira fui até Alpiarça, à Alpiagra, assisitir a um espectáculo de tributo aos "The Beatles". Noite bastante agradável com a presença de muitos chamusquenses, onde repartimos a alegria e a música com o Hermano Costa e a Bélinha, O Salomão Fresco, a Mariana e a filha Rita, o Zé Cabaço, o Bruno Mira, a Teresa Godinho e a Vera Alves.












Ti Rosa Maria, 89 anos

Quando somos novos não damos a devida importância aos que, com idade avançada, tiveram uma vida de trabalho e sofrimento. Com o passar dos anos vamo-nos apercebendo da sua sabedoria conquistada ao longo de toda uma vida. Eles também foram jovens como nós também já fomos. Outros tempos, outras vivências. Quando deixei de estudar e comecei a trabalhar, entregando gás e móveis, muitas vezes parava numa ou outra tasca, para ali me misturar, acompanhando com um um copinho, os que, de mais idade, tinham para me contar.
Ainda hoje as histórias, por vezes contadas com com o sabor do sal, saiem de gargantas obstruídas pela emoção. Mas as canções, essas, são emitidas com o mesmo brilho do olhar de meninas e o rasgo franco do sorriso. Lembranças de outros tempos, dificeis, mas de grande alegria e juventude. Foi o caso da Senhora Rosa Maria de oitenta e nove anos, natural da freguesia do Chouto, concelho da Chamusca, que fez o favor de nos cantar um pouquinho das canções de outros tempos. Foi na quinta-feira passada, dia 16, que a encontrei ás compras na loja do Sr. José Franklin. Aqui fica o registo que um dia será memória
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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

terça-feira, 14 de setembro de 2010

TAPEÇARIAS DE PASTRANA, "A INVENÇÃO DA GLÓRIA" NO MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA.

D. Afonso V não pôde levar consigo repórteres de imagem quando tomou Arzila e Tânger. Não houve reportagens em directo, relatos ao vivo por jornalistas a falar para as câmaras enquanto, ao fundo, as tropas cercavam as cidades do Norte de África e venciam batalhas. Estávamos no final do século XV e a forma mais aproximada que o rei português tinha de registar os seus feitos era mandá-los tecer em tapeçarias. Foi o que fez.

Agora, pela primeira vez, as quatro Tapeçarias de Pastrana encomendadas por D. Afonso V - enormes panos de armar com quatro metros de altura e 10 de largura - podem ser vistas (até ao dia 3 de Outubro) no Museu Nacional de Arte Antiga.

Como é que os quatro panos saíram do país é um mistério ao qual os historiadores não conseguiram ainda responder. "É muito misterioso", diz o director do MNAA, António Filipe Pimentel. Produzidas nas oficinas flamengas de Tournai no último quartel do século XV, "entraram em Portugal provavelmente já no reinado de D. João II, e em 1532, poucas décadas depois de terem sido feitas, aparecem em Espanha, no inventário dos bens dos duques do Infantado". Como foram lá parar, ninguém sabe.

O que se sabe é que foram herdadas pelos duques do Infantado, que mais tarde as cedem à Colegiada de Pastrana, onde ficaram desde então. O mundo esqueceu-as. Até que, no início do século XX, os historiadores de arte portugueses José de Figueiredo e Reynaldo dos Santos as "encontraram" em Pastrana.

"Durante o período da ditadura, Salazar tentou recuperá-las", contou ontem, numa conferência de imprensa no MNAA, o secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle. Mas conseguiu-se apenas, na década de 1930, fazer cópias, que estão no Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães. É por isso que a exposição que o MNAA agora apresenta é considerada de extrema importância - resulta de uma colaboração com Espanha (e coincide com o 25.º aniversário do tratado de adesão de Portugal e Espanha à União Europeia).

Por detrás dos participantes na conferência de imprensa está uma das enormes tapeçarias - a que conta a tomada de Tânger e a única em que D. Afonso V não aparece. Ao fundo vê-se Arzila, já conquistada, as tropas portuguesas avançam pelo lado esquerdo em direcção a Tânger, que, no meio do pano, se mostra já deserta. Os seus habitantes, esses estão à nossa direita, saindo da cidade. "O sultão de Tânger estava ocupado com o ataque a Fez quando as tropas portuguesas se dirigiam para a cidade", explica António Pimentel. "Negoceia a rendição e os habitantes abandonam a cidade. É uma ocupação, não uma conquista, e por isso o rei abstém-se de se associar explicitamente a este episódio."

Imagem para a posteridade

Nas três outras tapeçarias - que contam o Desembarque, o Cerco e o Assalto a Arzila - o rei aparece identificado pelo seu estandarte, um rodízio que asperge gotas, e pela mais bela das armaduras e os mais ricos panos brocados. No Desembarque assistimos ao precipitar das tropas que enfrentam um mar agitado, seguindo o rei, que avançara primeiro para dar o exemplo. Mas alguns homens têm menos sorte do que o monarca e acabam por morrer afogados.

Na tapeçaria sobre o cerco, Arzila, com os seus telhados de telhas e as suas torres, parece uma cidade do Norte da Europa. Ao longe a frota portuguesa impressiona. Do lado esquerdo, o príncipe, do direito, o rei, a toda a volta os soldados, dezenas de rostos, de armaduras de pormenores (estes só se vêem verdadeiramente no pequeno filme de Catarina Mourão que passa numa sala lateral).

Por fim, o assalto. Reza a história que o alcaide de Arzila tentou render-se, mas o rumor de que a cidade já teria caído levou as tropas a avançar. A tapeçaria - como se fizesse um zoom à imagem do cerco - mostra a batalha e a vitória portuguesa.

Quando encontrou as tapeçarias em Pastrana, Reynaldo dos Santos colocou a hipótese de os cartões que lhes serviram de base serem da autoria de Nuno Gonçalves, o pintor a quem são atribuídos os Painéis de São Vicente. Essa hipótese foi entretanto afastada, mas, frisa António Filipe Pimentel, mostrar as tapeçarias ao lado dos painéis - algo que só é possível em Lisboa, porque os painéis não podem sair do museu (as tapeçarias estiveram anteriormente expostas em Bruxelas e Guadalajara, seguem depois para Toledo e Madrid e deverão estar em Guimarães em 2012) - é acrescentar novas leituras a esta história. É por isso que a exposição se chama "D. Afonso V e a Invenção da Glória. "Julga-se que terá sido após a [derrota na] batalha de Toro [1476], na altura em que D. Afonso V se retira para o convento do Varatojo, que encomenda este testamento político." Um gesto que faz dele muito mais do que um rei cavaleiro preocupado com conquistas, mas um homem já preocupado com a imagem que deixaria para as gerações futuras, "orientando a visão que a posteridade terá dele".