terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Mercado sem Mercadoria, a ironia do destino


Imagens do que foi o nosso Mercado. A prêto e branco, outrora um jardim e o Mercado primitivo. A cores uma foto retirada da Revista " Chamusca Ilustrada" anos 80 do século passado.














Muito antes de ser Mercado Municipal, aquele espaço, defronte da Igreja Matriz, foi outrora um jardim aprazivel, com árvores frondosas, onde se reuniam as pessoas para ali trocarem dois dedos de conversa.

Depois construiu-se o Mercado, rodeado de um gradeamento e apenas coberto com uma cobertura de duas "águas".

Finalmente, e já de paredes erguidas, o nosso Mercado era, ou foi, um espaço de encontro das nossas gentes, que num corropio constante ali encontravam os excelentes produtos que o nosso campo, tão ricamente, produzia.

As imagens são elucidativas.

Nos dias de hoje é uma lástima ver aquelas bancas desnudadas de gente e produtos. Por dia apenas duas ou três vendedeiras e ao fim de semana umas quantas mais.

Tão pouca gente para tão grande espaço.

Das duas uma... ou dão outro incremento, incentivo, apoio áquela gente, e ao regresso das pessoas ou transforma-se o que foi em tempos um Mercado, e a razão da sua existência, por um espaço de conhecimento e aprendizagem, tipo museu tradicional.

Ou então, voltar tudo ao principio e repor ali um espaço verde, como o foi antigamente.

É que, com tanta oferta de espaços comerciais ( Ecomarché, Lidl, Pingo Doce, Mini Preço, Supercompra, etc...), já há quem prefira vender numa situação ambulatória ( veja-se o que se passa junto ao Edificio do Centro de Saúde ) a estar fechado no Mercado Municipal, que sofreu profundas obras de remodelação, pagando uma taxa, ainda que simbólica, mas... para vender o quê e onde já não vai quase ninguém?

Poderia haver uma solução para a falta de espaço de estacionamento, com as novas regras de trânsito ali concebidas....

Era a abertura de uma via pelo meio do Mercado com entrada, por exemplo, frente á Igreja Matriz e saída, com rampa, para o lado da antiga Loja do Custódio.

Não era uma rica ideia?

Pelo menos "modernaça", lá isso era.... e tinha tudo a ver com o contiguo Largo Vasco da Gama. Deixem-me rir....

Ai, minha querida Chamusca, quem te viu e quem te vê....

1 comentário:

  1. Bom, oportuno e bem documentado apontamento, meu caro Raul!
    Ele mais não é do que uma amostra fiel da realidade do nosso comércio, dito tradicional, vitima dramática da política das chamadas "grandes superfícies" que, aprovadas e até apoiadas irresponsávelmente por algumas autarquias, estão a liquidar todos os estabelecimentos comerciais instalados nas ruas das nossas vilas e cidades. Asfixiados e falidos, todos fecham e hoje temos ruas e praças das nossas principais vilas e cidades que são um verdadeiro deserto urbano.
    Um dia falaremos mais sobre isto...

    EM TEMPO: Desculpe o "aparte"!...: Nessa viva e excelente foto colorida, da desaparecida mas nossa bonita "Chamusca Ilustrada", vejo, lá ao fundo, a figura amiga e saudosa de Francisco Salter Cid e sua esposa Dª Matilde, a cujas memórias me curvo...

    ResponderEliminar