terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Boas Festas, Feliz Natal, Próspero Ano Novo

Faltam apenas dez minutos para as três da manhã. Hoje é terça feira dia 22 de Dezembro. Estamos quase a viver a noite "mágica" que celebra o nascimento do Jesus Menino. Mas... quem se lembra Dele? Nesta sociedade consumista e de despesismo, onde o € é a mais valia, em detrimentos dos valores anunciados de Paz, Amor, Fraternidade, Igualdade, Acolhimento, Verdade, Sentimento e Aproximação ao próximo, quem Dele se lembra? Ah e tal... mas eu vou à missa, eu bato com mão no peito, eu comungo, eu rezo.... Muito bem, digo eu, mas... e depois? Será que, esses mesmos que dizem que fazem o que atrás descrevo, no dia a dia levam a peito esses valores? Ou será que nem se lembram dos mais desportegidos, dos que nem uma casa têm para se abrigar, dos que não têm emprego, dos que não têm familia, dos que nem sequer têm uma sopa que lhes aqueça a alma? Bem querem eles saber disso! Querem é chegar a casa e banquetearem-se com as melhores iguarias que os espera em finas porcelanas. O perú recheado, o bom vinho, os melhores doces. A festa da Familia, dizem eles, esquecendo-se porém, que todos nós somos uma Familia e que temos de viver em sociedade. Mas disso eles não querem saber. E lá estão, junto do pinheiro, vilmente cortado, as inúmeras prendas, para filhos e netos, que custaram um dinheirão ( para eles não há crise) e este poderia servir para matar a fome a uma dúzia de desgraçados ( que também são filhos de Deus) ostracizados pela sociedade. A sociedade é injusta, eu sei, mas nada custa reduzir essa despesa para metade e dar a outra metade a quem necessita. Isso sim, seria o verdadeiro espiríto natalicio. As ruas ficarão vazias de pessoas mas repletas de automóveis parados junto a casas iluminadas. Lá dentro, o aquecimento das lareiras, dos ares condicionados, dos aquecedores a gás, fazem esquecer os que tiritam de frio debaixo de um vão de escada, ou dentro de um caixote de papelão, num recanto mais abrigado de um prédio de uma avenida qualquer. Esses não foram bafejados pla sorte. Nem querem ouvir falar do Natal. Não têm familia ou, se têm, essa nem quer saber deles. Prendas? Aquecimento? Ceia de Natal? O que é isso? Palavras vãs... para quem nasceu sem sorte na vida. E os que passam esta quadra hospitalizados? E os que, na ânsia de chegarem rápido junto dos seus ente queridos, vão ao encontro do Criador? Todos os anos as mesmas histórias, catastróficas. Sempre assim foi, sempre assim será. Então? Que pediste ao Pai Natal? Que foi que o Pai Natal te deu? Deixem-me rir... mas de tristeza...
Depois, como se não bastasse, daí a uns dias, a euforia da passagem de ano. Onde vais passar o ano? Á Nazare? Na praia? Ao Algarve? Aproveitando a "ponte"? Onde? Á Serra da Estrela? Com este frio e aquela neve? Ah pois... sim, sim... deve ser divertido. Olha... vai devagar, cuidado com o gelo e com os outros que andam depressa, os malucos... tem cuidado. Por mim, há muito que o faço, quedo-me sossegadissimo em casa, na passagem de um dia para outro. apenas e só isso. E fazem-se desejos que este (o próximo) ano seja bem melhor que o passado. Mas há quantos anos andam a desejar o impossivel? Desde quando o ano seguinte foi melhor que o anterior? Ah... desde que haja saúde, pois bem... E o resto? Saberás se até ao final do ano terás emprego? Terás dinheiro para pagar os estudos do teu filho? Para pagar a prestação da casa ou do carro? Mesmo para comprar comida para te alimentares?
Lá vem este agora com histórias de pessimismo e de derrotismo. Pois, pois... a quantos isso não aconteceu? E no entanto, há um ano riram-se e festejaram a tal passagem de ano ( que iria ser bem melhor). Está à vista. Empresas a fechar, desemprego a aumentar, a crise cada vez mais agudizada.
Confesso que não vejo o futuro com bons olhos. Já sei que preciso de óculos, aliás, já os utilizo. Mas como diria o meu bisavô Zé da Horta: Adeus Mundo, cada vez a pior... Daqui a um ano, se Deus nos der vida e saúde, aqui estaremos de novo ( se ainda tiver internet e computador) para analisarmos o que se passou em 2010.
Até lá, sinceramente, desejo que as minhas pobres palavras sejam a antítese do que o futuro nos reserva.
Bom e Santo Natal, e um fantástico e excelente ano de 2010 para todos. Que bom seria!

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