segunda-feira, 1 de março de 2010

Parabéns Ruy de Carvalho. 83 anos!


Ruy Alberto Rebelo Pires de Carvallho (Lisboa, 1 de Março de 1927) inicia-se no teatro, como amador, em 1942, no Grupo da Mocidade Portuguesa, com a peça O Jogo para o Natal de Cristo, com encenação de Ribeirinho.

De 1945 a 1950, frequentou o Conservatório Nacional, cujo Curso de Teatro/ Formação de Actores terminou em 1959, com 18 valores.

Estreou-se profissionalmente, em 1947, no Teatro Nacional (Companhia Rey Colaço/Robles Monteiro), na comédia Rapazes de Hoje, de Roger Ferdinand.

Em 1950 ficou conhecido pela sua interpretação de Eric Birling em Está lá Fora um Inspector, de Priestley (1951), estreado no Teatro Avenida.

Nesse mesmo ano ingressou no Teatro do Povo (mais tarde Teatro Nacional Popular), onde faria todas as temporadas de Verão, sob a direcção de Ribeirinho, até 1958.

Importante actor da sua geração, fundou, em 1961, o Teatro Moderno de Lisboa, grupo teatral que passou a integrar, participando em todas as suas peças.

Em 1963 foi para o Porto, assumindo a direcção artística do Teatro Experimental do Porto (TEP), onde realizou a sua única experiência como encenador, em Terra Firme, de Miguel Torga.

Fez ainda parte de outras companhias, como a companhia de Laura Alves, a Companhia Rafael de Oliveira, Artistas Associados ou a companhia sediada no Teatro Maria Matos, com as quais efectuou digressões ao Brasil e a África.

Em 1977, esteve no relançamento do Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII), a cuja companhia pertenceu até à sua extinção.

Trabalhou com Filipe La Féria em espectáculos como Passa Por Mim no Rossio (TNDMII, 1992), Maldita Cocaína (Teatro Politeama, 1994) ou A Casa do Lago, de Ernest Thompson (Teatro Politeama, 2002).

Interpretou outros autores como Molière, Tennessee Williams, Bernard Shaw, Anton Tchekov, D. Francisco Manuel de Melo, Eça de Queirós, Luís de Sttau Monteiro, Luiz Francisco Rebello, entre outros.

Cumprindo um velho sonho, protagonizou em 1998, sob a direcção de Richard Cotrell, o clássico Rei Lear, de William Shakespeare, integrado nas comemorações dos 150 anos do Teatro Nacional e dos 50 anos da sua carreira de actor.

Em Espanha participou no concerto de encerramento da temporada do Teatro Monumental de Madrid, intitulado Orfeu, com textos de Fernando Pessoa e música especialmente concebida para si pelo compositor Pablo Rivière.

A convite do encenador Simon Suarez, foi protagonista da ópera Fígaro, de José Ramon Encinar, levada à cena no Teatro Lírico La Zarzuela.

A sua actividade estendeu-se igualmente à rádio e à televisão, tendo participado, nomeadamente na RTP, no Monólogo do Vaqueiro (1957), séries e novelas.

No cinema, estreou-se em 1951, com Eram 200 Irmãos, de Armando Vieira Pinto, mas foi nos anos 60 que o seu trabalho se tornou mais relevante nesse campo.

Da sua filmografia destacam-se Pássaros de Asas Cortadas, de Artur Ramos (1963), Domingo à Tarde, de António de Macedo (1965) que também o dirigiu em A Bicha de Sete Cabeças (1978), O Cerco, de António da Cunha Telles (1969), Cântico Final, de Manuel Guimarães (1974), O Processo do Rei, de João Mário Grilo (1990), entre outros. Com Manoel de Oliveira a sua interpretação ficou marcada em Non ou a Vã Glória de Mandar (1990), Vale Abraão (1993), A Caixa (1994) e O Quinto Império - Ontem Como Hoje (2004).

Para além dos seus filmes como actor, Ruy de Carvalho tem emprestado a sua voz, diversas vezes, ao cinema. Participou também em numerosos teatros radiofónicos e trabalhos de dobragem de desenhos animados.

Ruy de Carvalho recebeu Prémios de Imprensa para o Teatro (1962, 1981, 1982, 1986); Prémios de Imprensa para o cinema (1965, 1966, 1971); Prémios da Crítica Especializada (1961, 1962, 1964, 1965, 1981); foi nomeado, em 1987, para o Prémio Garrett da Secretaria de Estado da Cultura; em 1990 foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito Cultural; em 1993, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique; em Março de 1998, com o grau de Comendador da Ordem Militar de Santiago da Espada; em 1998, é galardoado com o Globo de Ouro para a Personalidade do ano; foi galardoado com o Prémio Luís de Camões da Universidade Lusíada, o Prémio Byssainha da Fundação Byssaia Barreto; em 1999, é galardoado com o Globo de Ouro de Melhor Actor.

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