quinta-feira, 29 de abril de 2010
28 de abril de 2010 — O antigo futebolista João Morais, autor do golo que deu a Taça das Taças ao Sporting em 1964, morreu terça-feira, no Porto.
Morais, 75 anos, que estava internado no Instituto Português de Oncologia do Porto há mais de uma semana, morreu cerca das 22h00 de terça-feira, não estando ainda marcado o funeral.
O antigo internacional português deu ao Sporting o seu único título continental, ao apontar de canto directo o golo da vitória sobre o MTK de Budapeste, na finalíssima da Taça das Taças de 1963/64, a 15 de Maio, em Antuérpia.
Cantinho do Morais é a designação porque ficou popular o célebre golo marcado na cobrança de um pontapé de canto por João Morais, defesa do Sporting Clube de Portugal e que acabaria por dar ao clube e a Portugal a única Taça das Taças da história de Portugal.
O golo foi marcado em 15 de Maio de 1964, na finalíssima da Taça das Taças, na Bélgica, contra o clube húngaro MTK.
Os leões disputaram uma Taça das Taças muito competitiva em 1963/64 e até a final teve que ser repetida devido ao empate de 3-3 entre o Sporting e o MTK Budapest. Na finalíssima, Morais é indicado para cobrar um canto do lado esquerdo do ataque. Preparou o remate para repetir algo que já noutras ocasiões obtivera: o canto directo. O companheiro Figueiredo colocara-se junto do guarda-redes para servir de referência a Morais, este trata a bola carinhosamente, sussurra-lhe, remata e marca o único golo da partida que assinalou a vitória do Sporting na Taça das Taças.
Morais descreveu assim o seu golo:
Virei-me para o banco e confirmei se era eu. O técnico acenou-me que sim. Lá fui. Peguei na bola com jeitinho, disse-lhe umas palavrinhas amigas, dei-lhe um beijinho Depois, mal senti o pé a bater nela fiquei logo com a sensação de que seria golo. Parece que o tempo parou ali. Observei a trajectória do esférico, vi o Figueiredo a correr para o primeiro poste e o guarda-redes atrás dele para interceptar a eventual cabeçada do desvio, mas o destino estava traçado. A bola passou por cima dos dois e acabou por entrar junto ao segundo poste. Foi a euforia total, ainda para mais porque foi o golo que ditou a vitória e permitiu-nos trazer a taça. Não foi um golo de sorte. Ao longo da minha carreira marquei mais uns quantos da mesma maneira
Segundo declarações do próprio jogador, décadas mais tarde, ao jornal Diário de Notícias, no dia 14 de Maio de 1964, véspera do jogo, Morais tinha sonhado que daria a vitória ao Sporting na finalíssima na marcação de um canto directo. No dia seguinte, o sonho tornou-se real.
Este feito de conquista de um título através de um golo de canto directo, que decidiu um título, raro em todo o mundo, viria a ser "imortalizado" num disco lançado na altura, aproveitando o relato radiofónico da jogada, feito por Artur Agostinho, então em trabalho para a Emissora Nacional. A canção que exalta o golo do Morais que não esquece mais, e por isso intitulada Cantinho do Morais, era interpretada por Margarida Amaral, e ficou popularizada por Maria José Valério.
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Uma grande glória do SPORTING e dos famosos Magriços de 66.
ResponderEliminarPaz à sua Alma. Nunca será esquecido.